sábado, 18 de janeiro de 2020

UMA MENSAGEM PARA AS FAMÍLIAS DE AUTISTAS – POR MURILO FELIX


Você sabe o que é empatia? É quando alguém entende o que o outro está passando ou está sentindo. E, conversando com pais, mães e irmãos de autistas, ouço que falta esse sentimento da Prefeitura pelo que eles vêm passando.

Os familiares reclamam que não dá pra ficar trocando o local onde eles são levados para as aulas e atendimento. Para os autistas, tudo requer muito cuidado, segundo os familiares. Isso não significa que os autistas sejam incapazes e sim que precisam de atenção dobrada. Eles têm dificuldades para lidar com emoções, não são mimados nem inferiores, podem aprender até mais do que muita gente. O que falta é apoio, é ouvir os pais e cumprir com o que se promete.

Muitas vezes, familiares sabem mais do que o professor e até mesmo mais do que o médico de como estão as reações do seu filho autista. Afinal, não há olhar mais aguçado para uma criança senão o dos próprios pais. Outro dia eu me encontrei com uma criança autista, ela não conseguia olhar de forma direta para meu rosto, mas, quando descobriu que torcíamos pelo mesmo time, olhou-me no rosto e demonstrou alegria. Vocês têm ideia do que isso significou para ele? Ter algo em comum com outra pessoa? Aquele dia me marcou.

Em Limeira, tem autista que fica sob a responsabilidade de estagiários, faltam vagas e especialistas e já houve redução na quantidade de pessoas atendidas. Mas o que vejo que está faltando é respeito. Não estão entendendo a gravidade de se perder o tratamento do autista desde a sua infância.

A SOLUÇÃO?
Gosto de pensar para frente. Temos que encontrar soluções. Limeira precisa de uma escola que tenha um sistema que integre diversos profissionais, inclusive da saúde, e que faça a interação de especialistas no tratamento e educação dessas pessoas, o chamado "Clínica Escola", que tenha como principais objetivos:

1) Ajudar as famílias a compreenderem e lidarem com o autismo;
2) Dar aprendizado e capacidade ao autista para solucionar problemas;
3) Trabalhar os comportamentos que atrapalham o aprendizado;
4) Incluir nas experiências do cotidiano, no desenvolvimento social e na comunicação;
5) Reduzir riscos no desenvolvimento psíquico das crianças;
6) Acompanhamento com médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e outros.

A cidade tem por obrigação garantir acesso à educação especializada para autistas sem limite de nível de instrução ou limite de idade. Os professores devem ser treinados para educar autistas, com o acompanhamento especializado, como de fonoaudiólogos, psicólogos, psiquiatras, pedagogos, neuropediatra, nutricionistas, fisioterapeutas. Além disso, deve inserir atividades complementares para ajudar essas crianças, dentre elas estão a equoterapia, a natação, o cinema para autistas, o acompanhamento alimentar, a terapia ocupacional e as terapias comportamentais.

É uma sugestão, se você que me segue aqui no Facebook tiver algo a acrescentar ou sugerir, vamos trocar informações.

E você que leu esse texto, tem algum familiar autista ou conhece alguém que tenha? Qual sua opinião sobre como está a situação hoje? Comente aqui embaixo e muito OBRIGADO.

Murilo Felix
murilofelix@gvmail.br

Administrador de Empresas pela FGV-SP
Ciência Política e Investimentos em Países Emergentes, Harvard, EUA
Administração Financeira e Marketing pela HEC Montréal, Canadá

A fita de peças de quebra-cabeça coloridas é um símbolo mundial que
representa o mistério e a complexidade do autismo.