quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

ERA ONDA DE FRIO, MAS SE TRANSFORMOU EM ONDA DE ESPERANÇA


Nossa região tem registrado índices extremamente baixos de temperaturas e a cada previsão ou alerta sobre os termômetros meteorológicos surgem uma série de incertezas. Refletimos desde questões globais, ambientais e econômicas, até o que é urgente: a necessidade imediata de ajudar o próximo.

Evidentemente que é dever do estado desenvolver políticas públicas de assistência efetiva às pessoas em situações de vulnerabilidade, proporcionando-lhes dignidade e meios de superar essas condições que as tornaram mais suscetíveis à fragilidade socioeconômica. Nada substitui essa responsabilidade governamental. No entanto, a complexidade desse desafio demanda, há tempos, o envolvimento da sociedade como um todo. E neste quesito, nosso povo tem uma força impressionante e um poder de organização louvável.

Se hoje estamos a mercê de desafios gigantes devido à pandemia da Covid-19 e à crise econômica que ela desencadeou, é seguro afirmar que a gravidade e o caos social seriam maiores sem o potencial voluntário do nosso país.

Mesmo com os reflexos de mais de um ano e meio de restrições, dos prejuízos enfrentados pelos comerciantes e pelos trabalhadores com perda de renda ou de vaga no mercado de trabalho, novamente o espírito de solidariedade prevaleceu nas últimas semanas com ações que envolveram desde doações de agasalhos e cobertores até o preparo de sopa e refeições entregues a quem mais precisa.

Vimos pessoas que foram ajudadas ajudando outras. Pequenos comerciantes estendendo as mãos para quem estava mais carente. Vimos campanhas nas redes sociais e nas ruas. Testemunhamos inúmeros exemplos de instituições e igrejas que há tempos preenchem lacunas sociais.


A onda era de frio, mas se transformou em onda de esperança na humanidade. Faço questão de compartilhar essa percepção não somente por ter participado e visto de perto ações neste sentido, mas também para mostrar que há mais pessoas fazendo o bem em detrimento aquelas que fazem maldades. Faço questão de enaltecê-las porque muitas vezes o barulho dos indivíduos que protagonizam cenas de desrespeito e de falta de empatia acaba tendo mais repercussão, mas são aqueles que colocam a mão na massa, e não importa como e em qual proporção, os que realmente fazem diferença na humanidade.


Estamos atravessando tempos difíceis, o mundo está em transformação e se não fossem essas pessoas, essa travessia seria bem mais difícil do que é.



Murilo Félix

Empresário, colunista e jornalista, escritor, produtor de plantas

Estudou administração pública e de empresas pela FGV

Ciência Polílica e Investimentos em Países Emergentes em Harvard, EUA

Administração Financeira e Marketing pela HEC Montréal, Canadá

Atualmente é Deputado Estadual pelo Estado de São Paulo



JORNAL PRIMEIRA PÁGINA 8 DE AGOSTO DE 2021