quinta-feira, 22 de abril de 2021

COVID-19: TODOS SÃO CULPADOS PELA MORTE DE CÉSAR

Parece quase instintivo do ser humano buscar culpados por erros recorrentes. Mas, em geral, não há como culpar apenas uma pessoa. A culpa é de uma classe ou está até mesmo enraizada em um contexto, eu diria. 

Aliás, em se tratando de contexto, se há algo inegável é que em momentos de crise é que surgem os grandes líderes. São nas decisões difíceis que descobrimos quem são os fantoches, os aventureiros, os falastrões e principalmente quem são os que lideram e entendem as responsabilidades que carregam. 

Situações como a pandemia da Covid-19, entre outras grandes crises que a humanidade já enfrentou, ajudaram a despir muitos personagens da política, revelando suas faces mais obscuras e evidenciando o abismo que separa os conceitos de "poder" e "liderar". Definitivamente, essas palavras não têm o mesmo significado. 

Enquanto o poder se impõe pela força e corrói os relacionamentos, a liderança se conquista pelo respeito e pela admiração. É algo que se constrói. Já dizia Platão que a maior qualidade de um líder é não querer ser um. A liderança começa por servir.

Mas o que vimos nos últimos meses foi um show sensacionalista. A sensação é que a vida das pessoas ficou em segundo plano. Faltou planejamento e união e sobrou disputa de poder. Alguns políticos até mesmo esquecendo do que é ser humano. Parece que a palavra empatia não está nos dicionários daqueles que governam nosso país. Ah, mas de quem é a culpa?

"Todos são culpados pela morte de César"

Não há como culpar uma só pessoa. A classe política é a culpada. As pessoas esperam da gente a solução para os problemas e não que endossemos a polarização e muito menos tornemos a questão da saúde coletiva um enredo político. Todos são culpados. Inclusive os omissos.

Por outro lado, são em momentos de crise que se dá o salto para a razão. Que lição vamos extrair disso tudo? Os resultados das CPI's trarão algo concreto? Não sei. A esperança é que nestes períodos difíceis possamos descobrir quem merece ter o respeito de todos para liderar. É ver despertar na população o senso crítico e o interesse pela política, pois são nos momentos de mais descrença e desinteresse pela política que podem surgir seus piores personagens.