quarta-feira, 2 de novembro de 2016

PEC 241 - UM LIMITE PARA OS GASTOS PÚBLICOS

Toda dona de casa sabe que precisa gastar menos do que ganha. Essa conta todos os brasileiros fazem mensalmente para não entrarem no vermelho. Empreendedores fazem o mesmo na gestão do seu negócio, mas não é o mesmo que os governantes fazem na administração pública.

A PEC 241 vem para reequilibrar as contas da União e dar um teto de gastos para que o país não fique muito endividado, é uma das principais propostas do Presidente Temer para viabilizar seu governo e recuperar a economia brasileira e estabelecerá um Novo Regime Fiscal, nele as despesas públicas não poderão aumentar acima da inflação oficial do ano anterior, isso valerá por 20 anos.

Hoje a dívida bruta supera 70% do PIB e pode chegar a 132% em 2026 (3); nos Estados Unidos, por exemplo, a dívida bruta é 21% do PIB e está projetada para alcançar 23% em 2016 (1). Essa PEC vem para por fim à sequência de rombos nas contas públicas e trazer o Brasil a uma realidade mais próxima dos países desenvolvidos em relação à gestão pública, dando maior credibilidade frente aos investidores estrangeiros que pretendem investir no Brasil.




Os que são contrários reclamam que essa PEC irá reduzir gastos na educação e saúde, na verdade o corte será em todas as áreas. Proporcionalmente os gastos na saúde e educação devem ser mantidos, dependendo do gestor. A questão não é só ter dinheiro, mas fazer a boa gestão desse recurso. Além disso, a PEC fixa apenas um piso mínimo e não há nada que impeça que o orçamento para Educação e Saúde suba acima da inflação, desde que se respeite o teto global. Assim, se o governo gastar menos em outras áreas, poderá aumentar os recursos para educação e saúde.

Sobre gastos públicos, o Professor da FEA/USP Simão Silber em entrevista a Globo News disse que "dá pra fazer mais com o mesmo dinheiro; o problema é muito mais de gestão"; a verdade é que os gestores públicos serão forçados a aprimorar o modelo de gestão, assim como os empresários fazem. Com esse limite, os governantes terão que analisar melhor onde colocar os recursos públicos e como gastá-los.

Esse teto é fundamental para recuperar a economia, tanto que a PEC é tida como algo positivo para o investidores; sua aprovação sinaliza um compromisso público nacional para o controle de gastos, o que aumenta o investimento externo no país, gera mais emprego e reduz oscilações inflacionárias. Já se ela não for aprovada, o governo terá que subir ainda mais os impostos.

A verdade é que, como disse o Dr. Samuel Pessôa, economista do Ibre/FGV, a PEC do Teto vai forçar o país a fazer reformas, ela é um remédio amargo, mas necessário (4). É preciso que os governantes tenham a mesma consciência que todos nós temos ao administrar nossas contas, é preciso gastar menos do que se recebe, é preciso saber onde e como gastar.


Referências:
(1) Congressional Budget Office, "Updated Budget Projections: 2016 to 2026," March 2016.
(4) Jornal O Estado de São Paulo - Estadão. 23/10/16. Caderno Economia, págs. B4, B5 e B6.
(5) Análise da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados.